segunda-feira, 30 de abril de 2007

O Desafio de Pina Moura

Joaquim Pina Moura afirmou há dias que foi convidado para presidente do conselho de Administração da Media Capital porque a espanhola Prisa lhe reconheceu méritos como gestor profissional.

Há quem diga que não há nada na nomeação de Pina Moura, pelo que se conhece um economista competente, que impeça a Media Capital de honrar a lei. Pela mesma linha se diz também que não consta que a Impresa, que detém a SIC, Visão e Expresso, do militante número 1 do PSD, Francisco Pinto Balsemão (co-fundador do PSD), seja acusada de fazer um jornalismo similar ao “Povo Livre”, do PSD.
Porém, sejamos sensatos.

A escolha de Pina Moura para presidir a Media Capital, a convite da Prisa, é uma notícia que preocupa. O ex-ministro do antigo Governo de António Guterres, que pouco depois de abandonar o Executivo, saltou para a liderança de uma das empresas que mais favoreceu enquanto governante (a Iberdrola), vai agora tomar as rédeas da televisão mais vista do País. Tenhamos medo.

O seu desplante é tal que admitiu ao Expresso que “o convite tem um pressuposto ideológico”. Tal afirmação não é surpresa já que competências técnicas para gerir uma empresa de media não são conhecidas a Pina Moura. Ele próprio admite conhecer mal o canal que se prepara para liderar.

Poder-se-ia supor então que a nomeação de Pina Moura se devia à sua mais fina inteligência. Tal até seria aceitável não fosse novamente a entrevista ao Expresso: “ninguém razoavelmente inteligente admitiria a existência de um “pressuposto ideológico”, coisa honesta mas algo burra. Falando-se em “pressuposto ideológico”, das duas uma, ou a Prisa tem em mente levar o mais ecléctico socialismo para a estação (seguindo uma política de distribuição dos lucros pelos trabalhadores e de não exploração dos estagiários); ou então quer pregar um sermão à redacção com as mais belas ideologias do Governo Socialista como que um Padre António Vieira com um diploma pouco credível emitido por uma universidade com não mais credibilidade.
Espera-se o resultado…
João Matos

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