quarta-feira, 9 de maio de 2007

O Líder Madeirense

Na última semana Alberto João Jardim venceu, mais uma vez, na Madeira. A eleição não deixou margem para dúvidas. O líder incontestado da região autónoma ganhou com uma larga margem de avanço sobre os seus adversários. O estilo arrogante e provocador não agrada a todos. Aliás, sejamos francos, às vezes incomoda.

Jardim é um líder. As declarações bombásticas personificam uma atitude que lhe trás votos. A cultura da “madeira contra o mundo” e dos “bastardos neo-colonialistas de Lisboa” personifica uma postura de rebeldia muito própria que agrada ao povo madeirense. As pessoas não querem ser esquecidas e, por isso, defendem a sua terra com unhas e dentes.

A isto acrescem os resultados. A Ilha que, com outro governo, seria menos rica, menos desenvolvida e menos importante para Portugal (basta lembrar o caso dos Açores) melhorou, ao longo dos anos, o seu nível de desenvolvimento. Os esforços de Jardim têm, de facto, dado frutos. Além do estilo, as pessoas olham à obra feita.

Justamente na projecção da sua obra, Jardim é mestre. Com uma relação de amor-ódio com a imprensa, o líder sabe projectar o que de bom vai acontecendo na sua ilha. Nas campanhas eleitorais desdobra-se em inaugurações e comícios e ataca, permanentemente, os obscuros interesses do Governo central que, nas suas palavras, se prepara para tomar de assalto a madeira e os madeirenses. De referir, aliás, que estas eleições foram uma resposta aos cortes no orçamento da região autónoma, impostos pelo governo de Sócrates. Descontente com a nova lei das finanças regionais, Jardim demitiu-se alegando que não tinha condições para exercer a sua função. Candidatou-se novamente ao cargo e, como vimos, venceu.

A pergunta parece óbvia: se não tem condições para exercer a função, porque se candidata novamente? Parece existir alguma contradição no seu comportamento, mas esta é uma jogada política brilhante. Jardim já percebeu que dificilmente terá as mesmas liberdades orçamentais de outros tempos. Assim, deixar passar esta lei sem provocar alguma instabilidade no continente seria perder credibilidade junto do seu povo. A sua demissão não serviu para protestar contra a nova lei. A sua demissão serviu, isso sim, para mostrar aos madeirenses que, mesmo na derrota, ele não desiste de os defender e, por isso, podem confiar nele. Está lá, na linha da frente e luta, como sempre lutou, por eles. Pode perder, vai perder… mas não vai perder sem lutar.

3 comentários:

João Matos disse...

Alberto João Jardim volta a vencer na Madeira e com a incontestável vantagem que lhe vem sido conhecida. Há muito que este senhor se constituiu como a figura mais importante da Madeira e está hoje mais forte que nunca. Há que admitir que o seu trabalho tem sido o de zelar e defender os direitos da Região Autónoma mas o tom peremptório com que diz e faz tudo, muito se faz parecer com um perfil autoritário. Estes são aspectos caracteristicamente seus, mas um grande obstáculo se lhe coloca, senão o maior: a 2ª figura mais importante do país a que o seu Governo pertence (José Sócrates) ridiculariza o seu tom de peremptoriedade, e o seu subtil neo-autoritarismo é ainda intocável.
A ver vamos…

Anónimo disse...

Já ouvi certas pessoas a dizerem que se ele se candidatasse a Presidente da República Portuguesa, votavam nele... *coff* Martelo *coff*

Cumprimentos

Anónimo disse...

DEUS BENDITO QUANDO SEREMOS LIVRES OS MADEIRENSES.JESUS TE PIDO LA INDEPENDENCIA DA MINHA ILHA MADEIRA E ACORES E DE TODOS OS POVOS SOMETIDOS A UN PODER COLONIAL, OU JESUS PERMITANOS QUE SEJA CON PAZ AMOR E JUSTICIA. JESUS TU QUE ERAS SENHOR DE DIVINA MISERICORDIA DANOS LA LIBERTADE CON PAZ AMOR E JUSTICIA COMO HERMAOS, JESUS, MISERICORDIA E LIBERTADE PARA MADEIRA E ACORES TE ROGAMOMOS A INDEPENDENCIA BENDITO DEUS ARNALDO FERNANDES..... EMAIL CHATTEL1@HOTMAIL.COM