OTA, Um Voo sem Sentido
A mitologia do chamado “Aeroporto da Ota” está a atingir proporções de verdadeira paranóia regional onde a realidade parece ter pouca importância.
A real necessidade da construção imediata de um novo aeroporto com capacidade para 30 milhões de passageiros nunca foi cabalmente demonstrada. Nunca foram revelados os dados concretos da evolução do tráfego aéreo, as consequências da conjectura internacional, e a capacidade de evolução da Portela.
No concreto apenas existe um chamado “Plano Director de Referência de Desenvolvimento Conceptual do Novo Aeroporto (Agosto 2002)”, os Estudos Preliminares de Impacte Ambiental de 1999, estudos estes que visavam auxiliar a decisão quanto à localização do Novo Aeroporto de Lisboa na Ota ou em Rio Frio. Não existe portanto projecto, estudo de acessibilidades rodo e ferroviárias, estudo da operacionalidade aérea do local, estudo de impacte ambiental, ou financiamento. E claro também não existe justificação plausível (o desmantelar-se o aeroporto de dentro de Lisboa não é já aceitável pois a Portela vai continuar a operar).
Importa pois justificar clara e inequivocamente o projecto do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa, nomeadamente quanto à sua real necessidade e dimensão, o que até ao momento não aconteceu por parte do actual Executivo.
Apesar de todas estas carências e incertezas, a construção deste novo Aeroporto tem já lançamento de primeira pedra e corte de fita marcados.
O “Aeroporto da Ota” tem já um estatuto de mito. Como que um “Monstro de Loch Ness”, que ainda não existindo ou sem se perceber a sua essência, movimenta milhões, sendo-nos impossível a negação da sua existência.
A real necessidade da construção imediata de um novo aeroporto com capacidade para 30 milhões de passageiros nunca foi cabalmente demonstrada. Nunca foram revelados os dados concretos da evolução do tráfego aéreo, as consequências da conjectura internacional, e a capacidade de evolução da Portela.
No concreto apenas existe um chamado “Plano Director de Referência de Desenvolvimento Conceptual do Novo Aeroporto (Agosto 2002)”, os Estudos Preliminares de Impacte Ambiental de 1999, estudos estes que visavam auxiliar a decisão quanto à localização do Novo Aeroporto de Lisboa na Ota ou em Rio Frio. Não existe portanto projecto, estudo de acessibilidades rodo e ferroviárias, estudo da operacionalidade aérea do local, estudo de impacte ambiental, ou financiamento. E claro também não existe justificação plausível (o desmantelar-se o aeroporto de dentro de Lisboa não é já aceitável pois a Portela vai continuar a operar).
Importa pois justificar clara e inequivocamente o projecto do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa, nomeadamente quanto à sua real necessidade e dimensão, o que até ao momento não aconteceu por parte do actual Executivo.
Apesar de todas estas carências e incertezas, a construção deste novo Aeroporto tem já lançamento de primeira pedra e corte de fita marcados.
O “Aeroporto da Ota” tem já um estatuto de mito. Como que um “Monstro de Loch Ness”, que ainda não existindo ou sem se perceber a sua essência, movimenta milhões, sendo-nos impossível a negação da sua existência.
João Matos
5 comentários:
Antes de mais, gostaria de dar os parabéns pela excelente iniciativa na criação deste blog.
No que concerne ao post, considero que ficaram aqui patentes argumentos muito pertinentes.
O Novo Aeroporto de Lisboa não é uma prioridade nacional nem uma necessidade para a sustentabilidade do desenvolvimento da região. Necessária sim é a aposta no ordenamento do território, na modernização da ferrovia, na gestão dos resíduos, na saúde, na valorização da agricultura e do turismo, e na educação. A Ota não pode ser entendida como o "Alqueva do Oeste".
Necessidade de novo aeroporto discute-se desde os anos sessenta do século passado.
40 aéreos anos depois parece que continuamos na mesma Lisboeta insegurança.
OTA parece dizer muito sobre o que é ser português...
Quem sabe faz, quem não faz palreia...
Jorge Pires
A discussão técnica sobre a escolha do local do novo aeroporto de Lisboa não deveria ficar-se apenas pela engenharia.
Qual a rentabilidade do investimento consoante o local escolhido? Qual o impacto na economia do país, em função do local escolhido?
Isso é verdade, mas repara que a questão da Engenharia tem precedência sobre todas as outras.
Eu diria que há uma questão prévia da engenharia que é saber quais as localizações possíveis, quais os constrangimentos e quais os custos. A partir daí a questão passará a ser económica.
No caso da Ota a engenharia diz que pode construir um aeroporto de duas pistas, 50% mais caro do que num local plano e firme, com maiores riscos de derrapagem de custos e prazos, sem possibilidades de expansão. Tudo somado, é possível, mas muito mais caro do que é possível noutro local e muito mais caro do que têm custado aeroportos semelhantes construídos recentemente noutros países.
Para se suportarem custos tão mais elevados do que em outros locais haveria que ficar muito claro que a construção na Ota compensaria os custos adicionais.
Ora as ligações de outros transportes à Ota são muito mais complicadas (levar o TGV à Ota custa cerca de 1000 a 1500 milhões de euros; a Ota fica muito mais distante dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines).
Na Ota as taxas para passageiros e carga serão sempre mais caras do que em outros aeroportos semelhantes, porque o investimento inicial é muito maior. Também o custo da deslocação até Lisboa será maior por causa da distância e dos investimentos necessários para fazer chegar os transportes a uma zona em que é mais caro construir vias férreas e estradas.
Assim, fazer na Ota o aeroporto de Lisboa é colocar esta cidade mais distante (em termos de custos dos transportes aéreos) do resto do mundo.
Quais as vantagens económicas que justificam condenar Lisboa a este custo adicional durante décadas?
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