O papel das instituições de ensino superior na integração dos jovens no mercado de trabalho
Importante. Sem dúvida que sim. Uma instituição de ensino superior tem um papel fundamental na integração de qualquer jovem no mercado de trabalho. Mas não é tudo. Competir hoje no mercado de trabalho é muito mais do que ostentar uma boa média e uma universidade de prestígio como cartão-de-visita. Porque as pessoas não são todas iguais, as empresas consideram outras características além da universidade.
Ser um finalista do ISCTE é diferente do que ser finalista de outra instituição de ensino superior. Porque o ISCTE é uma marca instituída no mercado. Uma empresa sabe o que vai encontrar quando lê num CV as cinco letras mágicas. I-S-C-T-E significa hoje mais do que um curso, um conjunto de competências raras no mercado de trabalho: espírito de equipa, entreajuda, persistência, companheirismo, sentido crítico, empenho. A Universidade continua, portanto, a ser bastante importante.
Contudo, as empresas procuram Hoje além do percurso académico, outro tipo de pessoas. Quais são os meus pontos fortes? Sou pró-activo e aberto ou a minha atitude é mais individualista? O que faço nos tempos livres? O que aprendi fora da Universidade? Fiz Erasmus e alarguei horizontes ou optei por viver uma existência tranquila em Portugal? Envolvo-me na vida académica da minha universidade ou passo mais ou menos indiferente ao que está à minha volta?
A Universidade de onde venho mostra onde estou inserido mas não mostra quem eu sou. É no cara-a-cara das entrevistas que o candidato se revela. Ali, o entrevistador já leu o seu CV e já sabe de onde vem e por onde tem andado. Avalia-o. Cada frase é objecto de análise. Na sua frente está um produto que tem de se vender. Se conseguir, provou três coisas: conhece-se e por isso está confiante, é um bom comunicador e consegue pensar numa resposta estruturada às questões que lhe são colocadas e, por último, está motivado para a empresa a que se candidatou. Outras capacidades são testadas nas fases seguintes: testes psicotécnicos, dinâmicas de grupo e case-studies ajudam a empresa a perceber se o candidato pensa de forma criativa, trabalha em equipa e se sabe aplicar o que aprendeu durante o curso em situações imprevistas.
Uma vez admitido, nada disto interessa. Os testes de recrutamento são agora irrelevantes. O novo colaborador da empresa começa do zero. Esta é a fase mais importante da sua integração no mercado de trabalho e é ele que a controla. O que tem de provar? Tudo. Um recém-licenciado é apenas uma promessa de bom desempenho. Tem de consumar objectivos, alcançar resultados. Cumprir ou exceder expectativas: é disso que é feito o sucesso. O seu caminho depende apenas dele próprio. Dia-a-dia, na qualidade do trabalho e no convívio com os colegas, no equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e na dedicação ao papel que desempenha na organização, ele tem de fazer a diferença. E isso só depende dele.